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ao mundo que nunca conheci, carta 2.

Juro que estou tentando te alcançar. Juro que estou pelo menos tentando. Quero te ver de perto, entender a tua história, te observar por completo e entender quem é toda essa gente que te compõe. O problema é que meu corpo se recusa a se mover. Inspiro. Expiro. Inspiro. Expiro. Não tenho como alçar o meu voo, pois cortei as minhas asas. Não consigo andar, pois meus pés se recusam a se mover. Minha voz não se ergue, pois as palavras se recusam a sair da minha garganta: elas preferem me sufocar. Olho para você e vejo suas feições. Atrofio em melancolia porque sei que não vai esperar por muito tempo. Olho para essa gente e finjo não estar fascinada. Eles conseguiram. Eles conseguem. Eles vivem. Há tantos deles em você, será que realmente existe algum espaço para mim? Por quanto mais tempo você me espera? Eu estou tentando, por mais que não pareça. Juro que estou tentando. Eu ainda vou te alcançar.

à primeira paixão que nunca tive, carta 2

V olta e meia me imagino como é amar alguém de maneira romântica. Penso nos momentos de aconchego, nas possibilidades de jogar conversa fora, no jeito que você poderia rir, em como aceitaria tudo o que sou na mesma medida em que me proporia a aceitar tudo o que reside em você. Mas confesso, receio muito quanto ao que pode se tornar as possíveis brigas, porque minha sensibilidade a conflitos e a minha condição de evitá-los a todo custo ainda existe em níveis preocupantes. Talvez seja por isso que nunca namorei na vida. Talvez seja por isso que não estamos em prontidão para nos encontrarmos. Tenho dificuldade de manter a cabeça no lugar. Ela vive por aí, mas nunca por aqui. Tem disposição para viver tudo isso? Tem absoluta certeza de que realmente vai querer juntar a sua bagunça com a minha? Talvez eu precise de mais tempo. Talvez precisemos de mais tempo. E eu vou dar, o quanto for necessário. Estarei te esperando quando a hora chegar.

ao mundo que nunca conheci, carta 1

  Você tem certeza de que meu lugar é aqui? Tem certeza de que há espaço para mim em você? Às vezes, em meus dia mais melancólicos, me pergunto se deveria estar aqui. Não sei se deveria ter algum papel aqui. Me sinto inerte demais para qualquer coisa e não sei bem como sair dela. Vejo a vida em movimento, mas não consigo alcançá-la. O que em tese era para eu fazer? Reagir? Sussurrar Gritar? Não consigo fazer nenhuma delas. Acho que o movimento em câmera lenta me alcançou e não quer mais me largar. Desculpa. Você com toda essa loucura de imediatismo me sufoca. Deve ser por isso que acho que não nasci para você.

à primeira paixão que nunca tive, carta 1

A inda te espero, apesar d'eu acreditar que não nasci para o amor romântico. Não sei quem é você, nem como é. Talvez eu saiba, pode ser que seja uma pessoa conhecida, ou só alguém com quem tombei em algum momento da vida. Continuo seguindo o fluxo, mas me pergunto até quando terei de ficar esperando. Talvez seja porque eu ainda não esteja preparada, talvez seja porque não está escrito no livro da minha vida que eu devo me apaixonar por você. Só queria saber se vai demorar muito para obter essas respostas. É porque não costumo sair muito? É porque ainda preciso ser mais independente? É porque sou inconstante? Ou é porque eu realmente não nasci para viver esse sentimento? Talvez você já tenha experiência com essas coisas, vai ter de ter muita paciência comigo por eu não ter nenhuma experiência com o amor. Eu realmente gostaria de vivê-lo, mas acho que ainda há muita coisa para se ver ainda. Mas saiba que quero muito saber quem é você. Será que é possível que a gente pelo menos se enc

o que nunca consegui dizer.

Sempre que alguém me diz que sou madura demais pra alguém da minha idade, preciso de muito autocontrole para não dizer que na verdade me sinto uma adolescente em muitos aspectos, em especial quando se tratam de certos sentimentos. Durante todos esses anos, a forma pela qual me interesso pelas pessoas sempre girou mais em torno do "E aí, vamo conversar?" do que "E aí, vamo se beijar?". Para ser bem sincera, se eu já quis beijar duas pessoas em toda a minha vida foi muito (e normalmente essas vontades viriam acompanhadas com aquela boa dose de carência que só a tpm pode proporcionar) . Acho que, de todos os meus (poucos) feitos em vinte e dois anos, chegar a essa idade sem nunca ter sentido nem sequer um único resquício de paixão e nunca ter cultivado o amor romântico é uma proeza e tanto. Além de só ter beijado o total de uma pessoa (e, pasmem, essa única pessoa com quem me envolvi foi exatamente neste ano em que escrevo esta confissão/carta aberta/página rasgada de

"só mais um pouco, está acabando"

"Não desiste agora", "Já está no final, não faz sentido desistir agora", "Tá acabando, você só precisa aguentar um pouco mais". De forma alguma tiro a validade desses tipos de fala, é um raciocínio simples: se você levou tanto tempo para chegar até aqui e já está alcançando a linha de chegada, por que parar agora? Está quase lá, dá para aguentar mais um pouquinho... Pelo menos em tese. Em algum momento de nossas vidas falamos sobre o tal desse "quase lá" em algum âmbito das nossas vidas ou na de outra pessoa. Só estamos tentando ser racionais na medida do razoável (sim, razoável. Porque às vezes nem sei se "na medida do possível" é o mais apropriado), porque é isso que se espera de pessoas como nós. Mas o quanto vale esse "quase lá"? O quanto vai ser exigido de você para alcançar o tal resultado? O quanto vai restar de você com todo esse "só aguenta mais um pouquinho"? Você de fato acredita que vai chegar até lá em s

o imediatismo me sufoca.

Às vezes esqueço de como se respira. Há tanta coisa aqui dentro e no mundo que por vezes me sinto sufocada. Me perco na pressa do mundo por não saber acompanhá-lo na lentidão de meus passos, e por mais que tanto se fale em viver de uma maneira mais leve e seguindo seu próprio ritmo, ainda assim me sinto sufocada, porque o mundo exige uma pressa que eu não consigo alcançar, porque, na maior parte do tempo, o mundo exige resultados quase que imediatos. Como prosseguir e sentir que está em algum lugar se não consegue acompanhar o movimento da vida lá fora? Como seguir o próprio ritmo se lhe exigem tanta pressa? Lembro de ter feito esse segundo questionamento no Twitter uma vez, ainda não sei muito bem qual seria a resposta mais apropriada. Se alguém souber e quiser compartilhar, por favor, fique à vontade. Às vezes esqueço de como se respira porque às vezes saber demais me sufoca, porque o mundo me sufoca, porque acompanhar um ritmo que não é meu me exige um esforço ainda maior e acabo se