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o imediatismo me sufoca.

Às vezes esqueço de como se respira.
Há tanta coisa aqui dentro e no mundo que por vezes me sinto sufocada.
Me perco na pressa do mundo por não saber acompanhá-lo na lentidão de meus passos, e por mais que tanto se fale em viver de uma maneira mais leve e seguindo seu próprio ritmo, ainda assim me sinto sufocada, porque o mundo exige uma pressa que eu não consigo alcançar, porque, na maior parte do tempo, o mundo exige resultados quase que imediatos.
Como prosseguir e sentir que está em algum lugar se não consegue acompanhar o movimento da vida lá fora? Como seguir o próprio ritmo se lhe exigem tanta pressa?
Lembro de ter feito esse segundo questionamento no Twitter uma vez, ainda não sei muito bem qual seria a resposta mais apropriada. Se alguém souber e quiser compartilhar, por favor, fique à vontade.
Às vezes esqueço de como se respira porque às vezes saber demais me sufoca, porque o mundo me sufoca, porque acompanhar um ritmo que não é meu me exige um esforço ainda maior e acabo sem ar.
Porque, por mais que tentem me convencer de que está tudo bem ir no meu próprio tempo, ainda se exige que eu saiba várias coisas que me levam mais tempo que o necessário para lidar com (quase) todas elas.
O exemplo mais genérico no qual posso pensar no momento é ter quem ache que aos 16/17 anos é idade suficiente para ter certeza do que quer para a vida inteira, porque passar mais alguns anos ainda tentando descobrir é desperdício de tempo, mesmo que há quem lhe assegure de que não é exatamente assim e que é possível ir se descobrindo depois, porque nós estamos em constante mudança.
Não, eu não faço a menor ideia de como o mundo funciona, mas sei que ele está me enlouquecendo (ok, vamos ser honestos: quem não está enlouquecendo?) e que ele tem pressa, uma pressa que eu não consigo acompanhar a não ser que eu exceda meus próprios limites.
E é aí que vem aquele velho questionamento existencial de para que está aqui se mal consegue acompanhar a realidade das coisas. É difícil, é dolorido, mas ainda assim não se cansa de tentar aos trancos e barrancos.
Acho que este é um o texto com mais eu's que já escrevi por aqui. Sei muito bem que não sou a única, mas ainda assim é algo de se colocar para fora. Pelo menos estou falando todo esse emaranhado de abobrinhas de peito aberto para quem quiser e estiver disposto a ler.

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