Pular para o conteúdo principal

à primeira paixão que nunca tive, carta 2

Volta e meia me imagino como é amar alguém de maneira romântica.

Penso nos momentos de aconchego, nas possibilidades de jogar conversa fora, no jeito que você poderia rir, em como aceitaria tudo o que sou na mesma medida em que me proporia a aceitar tudo o que reside em você.

Mas confesso, receio muito quanto ao que pode se tornar as possíveis brigas, porque minha sensibilidade a conflitos e a minha condição de evitá-los a todo custo ainda existe em níveis preocupantes.

Talvez seja por isso que nunca namorei na vida.

Talvez seja por isso que não estamos em prontidão para nos encontrarmos.

Tenho dificuldade de manter a cabeça no lugar. Ela vive por aí, mas nunca por aqui.

Tem disposição para viver tudo isso? Tem absoluta certeza de que realmente vai querer juntar a sua bagunça com a minha?

Talvez eu precise de mais tempo. Talvez precisemos de mais tempo.

E eu vou dar, o quanto for necessário.

Estarei te esperando quando a hora chegar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aqui

Eu estou aqui! Liberta-me, Transborda-me, Recria-me, Ensina-me...  Eu estou aqui! Grito, Recuo, Reinvento, Nasci para fugir...  Eu estou aqui! Crescendo, Evoluindo, Sorrindo, Florescendo...  Eu estou aqui! Correndo, Libertando-me, Transbordando, Fugindo, Libertando-me.  Eu estou aqui! Chorando, Aprendendo, Vivendo...  Porque estou aqui E não há dádiva maior! Estou aqui E estou vivendo...

O Homem que Queria Sorrir

Você acorda. A claridade que passava em camadas finas pelas frestas das cortinas lhe incomodam, não se dá nem mesmo ao trabalho de abri-las. Seu corpo se afunda ainda mais na cama. Incontáveis minutos se passam e você ainda parecia sentir-se pesado demais para sair. O despertador ainda insiste em tocar. Hora de tentar ganhar a vida mais uma vez. A muito contragosto, você se levanta. Seus olhos ainda parecem querer ceder ao sono apesar do banho frio, e não se lembra de quantas tentativas foram necessárias para conseguir abotoar a camisa nos lugares certos. O nó na grava ta lhe sufoca, ainda que não esteja tão apertado. Seus sapatos lhe proporcionam uma irritabilidade tão grande quanto ao do canto dos passarinhos do lado de fora. Um longo suspiro. A cabeça pesa. Mais um dia, mais uma tentativa, mais um “e se”. O café está fino, o gosto amargo mesmo com a quantidade suficiente de açúcar. O pão é comido pela metade. Seu estômago continua embrulhado, acha que pode vomitar a qualquer mome...

"só mais um pouco, está acabando"

"Não desiste agora", "Já está no final, não faz sentido desistir agora", "Tá acabando, você só precisa aguentar um pouco mais". De forma alguma tiro a validade desses tipos de fala, é um raciocínio simples: se você levou tanto tempo para chegar até aqui e já está alcançando a linha de chegada, por que parar agora? Está quase lá, dá para aguentar mais um pouquinho... Pelo menos em tese. Em algum momento de nossas vidas falamos sobre o tal desse "quase lá" em algum âmbito das nossas vidas ou na de outra pessoa. Só estamos tentando ser racionais na medida do razoável (sim, razoável. Porque às vezes nem sei se "na medida do possível" é o mais apropriado), porque é isso que se espera de pessoas como nós. Mas o quanto vale esse "quase lá"? O quanto vai ser exigido de você para alcançar o tal resultado? O quanto vai restar de você com todo esse "só aguenta mais um pouquinho"? Você de fato acredita que vai chegar até lá em s...